Gatos Não Gostam de Banho

Gatos Não Gostam de Banho

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Essa história, real, aconteceu na terra do Tio Sam e foi lá mesmo que tomei conhecimento, imaginando que fosse uma piada, claro. Não era. Estava correndo na justiça americana.

Um senhorinha americana, após dar um contrariado banho no seu mimoso gatinho de estimação colocou o felino para secar no microondas. O gato assou no forno. Dizem por aí que gato escaldado tem medo de água fria. Um erro lendário. Gato molhado tem pavor de microondas.

E ela, claro, processou a indústria produtora do microondas, já que nas instruções de utilização não existia restrições avisando que gatos não poderiam ser colocados no eletrodoméstico. Nada mais estranho e absurdo se o caso não tivessse ocorrido no país mais democrátivo e livre do universo. Querem saber o final? A idosa e bondosa senhora, que usava a toalha para fazer pipoca e o secador de cabelos para esquentar pizza, ganhou o processo e uma generosa indenização. E a empresa ré foi obrigada, judicialmente, a colocar essa específica instrução no manual de utilização no microondas: “Impróprio para secar animais domésticos”.

Deixem, portanto, que a natureza higiênica dos felinos seja feita por eles próprios.

Márcio Aguiar é Sócio Fundador do escritório Corbo, Aguiar e Waise Advogados Associados.

21 comentários

  1. Ironia perfeita para descrever um episódio que talvez seja um exemplo do que ocorre quando o Estado-Judiciário trata o cidadão como um retardado moral, um completo imbecil.

  2. O fato, em si, já é bastante pitoresco. Mas a narrativa em torno da “idosa e bondosa senhora” e de seu animal de estimação é formidável!

    • Caro D. Menezes: não sei o porquê, mas o seu “pitoresco” me trouxe a cabeça o famoso e popularmente conhecido churrasquinho de gato. Qual será a relação?

      • Hahahaha… Muito boa essa relação!
        Teríamos um saboroso “petisco pitoresco”… Aliás, será que a façanha da vovó não se deveu, justamente, à necessidade de saciar sua fome, do estômago e do bolso?
        Matou dois coelhos, com uma cajadada só! À custa de um gato, uma indenização fabulosa…

  3. Será mesmo uma Senhora de pouca instrução ou uma Senhora esperta para conseguir uma generosa indenização? Fato é que o judiciário valoriza essas demandas, a meu ver, sem fundamento. Até quando?

  4. Se nos EUA eles processam até Deus, porque não assariam o gato, por pura maldade, para ganharem uma indenização? Triste, mas é a realidade…..

    • Fernanda: você está coberta de razão. Tudo é possível nesse mundo de cabeça para baixo. Melhor, contudo, o churrasquinho de gato da esquina.

  5. Dr. Márcio, aqui no Brasil, assim como nos EUA, também não é necessário assar um gato, quando as instruções são implícitas no manual, para se pleitear uma indenização. Grande parte da população, enxerga o Judiciário como o “grande solucionador de seus problemas”. Aquela ideia de “não fazer justiça com as próprias mãos” vem sendo extrapolada, ao meu ver.

  6. Galera, absurdo total. Não há como se exigir do fabricante de um produto que preveja no manual de instruções possibilidade infinitas de má utilização. O razoável deve prevalecer nesse caso. Ainda bem que aqui, penso eu, ao invés de indenização a vovozinha teria sua ação elencada dentre aquelas que servem de piada no meio jurídico.

  7. As empresas muitas vezes são irresponsáveis na hora de criar um produto, que quando alguém descobre, vê isso como uma brecha para poder ganhar em cima, seria até uma forma de punir.

  8. Caro Fernando: agradeço pela sua opinião, mas ouso discordar dela. Não me parece, nesse específico caso, que a empresa tenha sido irresponsável. A irresponsabilidade, para mim, parece da senhora dos “gatos” que utilizou do judiciário, para conseguir uma indenização absurda e mais irresponsável ainda. Estamos falando, aqui, de um eletrodoméstico universal, utilizado para fins culinários. É um forno e não um secador de felinos.

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