Eu, Robô
Em uma das fábricas da BMW, na Alemanha, as máquinas já montam sozinhas os automóveis. Alguns funcionários, humanos, operam de cima os robôs.
Especialistas e interessados no assunto debatem o futuro da humanidade, frente à automação. Metade deles é pessimista quanto à geração de empregos. A outra metade é otimista e argumenta que sempre achamos solução para as dificuldades geradas pelas grandes modificações da história.
Uma reflexão simples sobre a questão inclina a posição facilmente para o lado dos pessimistas. Em um mundo de robôs e dominado pela alta tecnologia, a grande massa humana não terá cultura e demanda suficientes para trabalhar com os robôs. Um nível alto de especialização será necessário, o que não é simples.
A relação de profissões que já foram praticamente extintas e ainda vão ser, por força do que as máquinas já fazem e vão fazer, é enorme. A profissão de advogado, por exemplo, vai sumir do mapa com a automação. Juízes virtuais e tabelas de infrações penais vão estar a postos em computadores que vão dar conta do recado.
Dizem que os Estados vão cair na necessidade de adoção de um tipo qualquer de socialismo, já que o mundo pobre governado pela robótica rica não vai se sustentar pelo capitalismo.
Já pensei num filme de ficção. Lembrei-me, a propósito, de um filme que tinha o Stallone como protagonista. O mundo era todo automatizado, inclusive a aplicação das leis e as respectivas penas. As máquinas estão substituindo ou ocupando a falta de mão de obra humana em algumas funções. Indústrias automobilísticas, campo e manufaturas. Lembre-se, por exemplo, das minas de carvão. Os grandes e escravizadores canaviais. Já imaginou voltarmos ao passado? O capital precisa circular. Máquinas não consomem. Com máquinas não compramos e vendemos nada. Só sugiro que as pessoas estudem e se atualizem nas respectivas áreas.
Vejo, cada dia, a nossa justiça mais refém da automação, agonizando por ideias para solucionar os gigantes processos das prateleiras cartorárias e os novos processos para evitar que os mesmos completem aniversários.
Confesso que sou a favor da tecnologia, porém me preocupo de como vai ser esse avanço sem volta.
Avançar é preciso e necessário.
A tecnologia facilitou o acesso ao Judiciário, mas encontrou a morosidade humana para emperra-lo com o volume.
Justamente, Fernando. As máquinas ainda dependem dos seres humanos. E quando não precisarem mais….salve-se quem puder.
Lembro-me da época da máquina de escrever, ou melhor, do que diziam sobre ela, que os datilógrafos morreriam com o surgimento dos computadores. Acredito que todos se atualizaram e se adaptaram a modernidade.
Sua sugestão, Márcio, é o único caminho para não sermos engolidos pelo tsuname chamado avanços tecnológicos.
Serão salvos quem se atualizar e se qualificar.
Quem apresentar um diferencial, será contratado para apertar o botão da super máquina multifuncional.
O mundo já está dando sinal deste afunilamento.
A máquina serve ao homem. Os interesses guiam os homens. A necessidade move o mundo. A reinvenção e renovação das profissões tem que acontecer mesmo. Como tudo. Mas não vai acabar não. A nossa, principalmente. Advogados robôs, muitos já são. Robôs para advogados, já existem alguns. Mas as relações são muito surpreendentes e a nossa profissão se alimenta de toda essa novidade constante. Não há robô que aguente (pelo menos por enquanto…)