Nietzsche teria razão?

Nietzsche teria razão?

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Polêmico, sarcástico, herético, niilista. Muitos adjetivos cabem ao filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900), que pode ser amado ou odiado. Nunca ignorado.

Pois uma frase dele tem sido objeto de minha recente reflexão. Afirmou: “Em indivíduos, a insanidade é rara; mas em grupos, partidos, nações e épocas, ela é a regra“.

Escreveu isso na obra “Além do Bem e do Mal” e parece aplicável e adequada ao presente momento brasileiro. Uma Nação mergulhada na indefinição, com idas e voltas pífias, qual verdadeira nau sem rumo, parece não contar com a lucidez que existe, mas está anestesiada.

Temos milhares de seres pensantes, inteligências superdotadas, culturas esplêndidas, vencedores em todos os ramos da atividade humana. Onde está essa gente que não assume as rédeas da República, mostrando aos que detêm responsabilidade, que algo tem de ser feito e com urgência, para a retomada da sensatez, para a devolução da confiança, para ver ressurgir a esperança em dias melhores?

Não parece crível que se continue a aguardar não sei quem para prometer não sei o que, não se sabe quando! Já passou o momento de reconduzir a República aos trilhos do trabalho sério, do sacrifício, no corte da carne, liberando-a de quem faz malfeitos.

A comunidade internacional espera essa reação e não acredita que o Brasil campeão da criatividade, com sua gente alegre e solidária, possa permanecer na inércia enquanto o barco faz água e não há salva-vidas para todos os passageiros.

Não se pode esquecer que governo é instrumento, não finalidade. Numa sociedade ideal, não haveria necessidade de rédeas, pois todos os homens de bem saberiam se comportar de acordo com a regra de ouro: “não faça ao outro o que você não quer que ele lhe faça“.

O Brasil tem uma História, tem vultos que podem servir de inspiração, tem uma juventude que necessita de liderança e de bons exemplos. Vamos provar que NIETZSCHE não tinha razão e que a insanidade reside em poucos, muito poucos, que não podem se sobrepor à imensa maioria, a clamar por higidez mental. Com juízo, tudo poderá voltar aos eixos e as futuras gerações saberão reconhecer o protagonismo que se quer presente com a maior urgência.

Sou Desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo. Docente universitário. Membro da Academia Paulista de Letras. Autor, entre outros, de Ética da Magistratura (2ª ed.), A Rebelião da Toga (2ª ed.) e Ética Ambiental (2ª ed.).

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