Durante a palestra que reuniu os diretores jurídicos da Mastercard, da HP e da COSAN – Paulo Pinotti, Ricardo C. Zangirolami e Elias Marques de Medeiros respectivamente – um dos assuntos que dominou o debate, foi saber como as mudanças legislativas recentes do País, impactam na gestão de seus departamentos e como estão lhe dando com o crescente aumento de dados, a importância da gestão do conhecimento e sobre a Geração Y.
Concluiu-se que os departamentos jurídicos, devem estar cada vez mais intregrados a estratégia de negócios da empresa. E que profissionais de diferentes competências (soft skills) deverão fazer cada vez mais parte desta equipe. Movimento este que já é prática comum em outras áreas profissionais.
A informatização dos departamentos, assim como a gestão do conhecimento e o uso e interpretação dos grandes dados gerados (‘Big Data’), serão essenciais para a eficiência deste processo. Segundo Ricardo Zangirolami, Diretor Jurídico da HP, os Departamentos Jurídicos além da maior integração entre as outras áreas, o jurídico deve passar a liderar algumas destas áreas. Em mercados muito regulados como o de Telecomunicações, esta já é uma realidade. Foi o que chamou de Jurídico Estratégico. Onde o profissional não atua apenas como advogado, mas também como um Executivo do Direito. Disse ainda, que não acredita em Timesheets para controlar horas trabalhadas dos profissionais, pois ele não mede o principal: a performance do advogado.
Segundo Paulo Pinotti, diretor jurídico da MASTERCARD, o desafio é saber como gerir melhor o budget do departamento. Onde é preciso cada vez mais, fazer mais com menos. Chamou atenção ainda a necessidade e importância na Gestão das Pessoas e os desafios em lhe dar com a Geração Y. Segundo ele, uma geração dedicada mais a buscar o prazer ou o equilíbrio maior entre lazer e trabalho. – “Se tiver uma viagem, eles vão!”, ressaltou. Sobre o papel do Jurídico nas empresas, comentou que o departamento deve assumir o papel de negociador da companhia, pois disse de maneira figurada que “o jurídico é o único departamento que sabe ler e é capaz de escrever”.
Elias Marques de Medeiros da COSAN, falou da importância do controle do contencioso e apresentou os principais pontos do Novo CPC, onde ressaltou que será necessário cada vez mais implementar procedimentos mais céleres, cuidar da gestão da informação, tendo o fortalecimento da área específica pra cuidar do contencioso e o diálogo cada vez maior entre as áreas. E com uma visão menos adversarial e mais preventiva. Onde litigar muitas das vezes pode sair mais caro do que cumprir a pena, como também salientou o Diretor Jurídico do Itaú, José Virgílio Vita, em outro painel.
Sobre a aprovação da Lei-Anti-Corrupção, Paulo Pinotti da Mastercard, destacou que a lei muda o jogo daqui pra frente e que as empresas vão ter que investir nisso. Contratando profissionais dedicados ao compliance. E onde será preciso a mensuração e o acompanhamento completo dos processos como um todo. Destacando o cuidado que deve-se ter em se trabalhar com empresas terceirizadas, geralmente identificadas como brechas para casos de corrupção. “Acho que a partir do momento que tivermos algum caso condenado pela nova lei é que saberemos quem estará ou não preparado para ela.” finalizou.